terça-feira, agosto 09, 2005

Retrospectiva

Em tempos de internet discada a última coisa que consigo pensar é em inventar coisas na internet, tem sido assim nos últimos meses. Porém, nesta noite de insônia (barriga pesada, cheia de coisas gostosas lá do Porcão) resolvi dar uma passeada. Dei uma olhada num site, fiz umas buscas, li umas matérias e vim parar aqui no meu proprio e abandonado blog. Logo de cara, entrei nas configurações pra aparecer mais posts, já que da última vez que mexi, tinha configurado pra aparecer apenas o último, talvez por vontade de deixar cair no esquecimento algumas coisas que disse, pois com certeza me lembrariam o motivo delas estarem aqui expostas. O mais esquisito, no entanto, foi que na verdade o que deveria ser esquecido tá mais presente do que as coisas que mereciam ser lembradas. Vi uma foto, do primeiro show lá do Shopping Grande Rio, foto de 2004 e d'um momento muito marcante na minha vida. E isso lá merece ser esquecido? Lóooogico que não. E naturalmente, ao ver a foto e lembrar desse dia, rola uma retrospectiva gostosa, que me faz comparar com o momento atual. O primeiro show, do qual eu acabei não falando na época, foi muito legal. A gente (Eu e Marcelo) foi numa semana antes pra dar uma olhada como era o lance, e era show do Rick Valen, que era calouro do Raul Gil, me lembro de ter ficado um pouco assustado com o tamanho da praça. Conversamos com o Aquino, que era o cara que contratava pelo shopping e era um misto de entusiasmo, ansiedade e um pouco de medo também (quando você ainda não fez uma coisa que considera grande, sempre rola um pouco de medo de que não dê exatamente certo na primeira) mas ainda tinha uma semana. Lembro também que tava tão na pilha que quase não consegui dormir na noite anterior, e no dia de tarde, fui jogar vôlei com o Marcelo e com o Fernandão que o Marcelo disse que era pra despilhar. Foi uma tarde bem bacana, a gente zoou, riu e até tomamos banho de mangueira. Eu levei minhas roupas pra casa do Marcelo e a gente se arrumou pra ir pro shopping, fomos no carro do Fernandão, eu quase não falava no carro, tava em extase a caminho do primeiro show e prum público de umas 400 pessoas (heheeh ao menos eu sei 0,05% o que sentem os caras que tocam pra 5.000, 10.000 100.000 pessoas) fomos até o Marketing encontrar a Sara, que nos levou até a praça. Ainda tava cedo o técnico de som ainda nem tinha chegado. Demos uma volta, trocamos umas idéias, e fomos passar o som, putz era minha primeira passagem de som, ainda não sabia bem o que tinha que fazer, mas lembro que o som ficou bem bacana pra gente no fone, apesar de só ouvir a voz e o violão e nenhum outro barulho de fora, ou seja a gente via as bocas se mexerem, mas não dava pra ouvir nada. Aproximava-se a hora do show, eu nervoso me apoiava no Marcelo, que tentava me passar que tava tranquilo, mas eu tenho certeza que ele também tava pilhadão, mas alguém tinha que tentar segurar a onda. Trocamos de roupa, e ficamos esperando o momento. O Aquino, óoooooo produtor, apresentava os artistas, e fez um resuminho do nosso release e mandou brasa. Nesses poucos minutos, tudo aconteceu. Esqueci a letra de todas as músicas, não lembrava nem de parabéns pra você, Marcelo esqueceu como tocava Exagerado e ainda descobri que eu vomitava quando fico nervoso heheh. Subimos pro palco, nos olhamos e começamos, minhas mãos tremiam de quase não conseguir segurar o microfone, coisa que só deixou de acontecer na terceira música, que foi onde nos soltamos mesmo. Me lembro do brilho dos ollhos do Marcelo, me lembro da expressão dos nossos rostos que pareciam dizer "tô aqui com você cara, vambora!". Ali a gente descobriu também a diferença que faz ter amigos ali te dando força, tinha nossos amigos da Primadonna, o Marcelus, o Márcio, nossa família, alguns amigos que a gente ainda tava conhecendo melhor e claro o Fernandão que já tava com a gente desde cedo. Quando o show acabou, nós nos abraçamos, o Marcelo me deu um beijo no rosto seguido de um "viu cara? Conseguimos!". Sabe quando você da uma mijadona que tava te apertando há minutos, ou algo assim que te traga muito alivio, foi isso que senti, algo como um "Caralhoooooo foi lindo, conseguimos, tudo dentro do esperado, erros e acertos". Terminamos a noite no Buxixo lá na tijuca bebendo com a galera, foi mesmo muito foda. Lembro que não cheguei a falar sobre isso aqui na época porque a gente tava ensaiando muito com a banda, e já estavam rolando os primeiros shows e tudo mais que acabou ficando pra trás. Hoje quase um ano depois, a gente tá tocando às sextas no Grande Rio numa praça menor nesse mês de agosto, sendo que já fizemos o mês de Janeiro. O último show, na sexta passada, que foi na verdade o primeiro dessa curta temporada, nos fez lembrar do último de janeiro, que tinha tudo pra dar errado e foi super bacana, a gente tava solto, tava curtindo, tava animado e foi bem legal. A gente ficou comentando lá no estacionamento "esse foi legal né cara, a gente tá ficando cada vez mais tranquilo pra fazer o lance né?", "é, cara, é assim mesmo, tá na estrada e vai acostumando". Tenho pensado bastante nisso, já que tem sido a minha vida nesses últimos meses, e espero que cada vez mais seja assim que ainda tenha outras muitas histórias pra contar, não que não tenham rolado outras, essa foi só a primeira, ainda teve o primeiro show do Café Etílico, A canja com o Primadonna no La Playa e as outras também, muita coisa aconteceu mesmo. Aos poucos vou contando tudo.
De verdade, esse ano está sendo mesmo muito lindo!

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